ROTEIRO DE ESTUDO - UNIDADE 6
Nessa unidade você irá estudar:
■ O Parnasianismo no Brasil;
■ O Simbolismo no Brasil;
■ Sujeito e predicado;
■ Aposto e vocativo.
PARNASIANISMO
Introdução
Movimento literário que orinou em Paris, França, representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX (19) em oposição ao Romantismo.
Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o Simbolismo uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da antiguidade clássica. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas.
A escola teve influência da doutrina “arte pela arte” apresentada por Théophile Gautier, poeta e crítico literário francês, ainda no período do Romantismo.
A teoria da “arte pela arte” ressalta o belo e o refinamento através da autonomia da arte alheia à realidade.
Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pelas rimas raras e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos. Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo.
O PARNASIANISMO NO BRASIL
Assim como o Realismo e o Naturalismo, O Parnasianismo faz parte das Escolas Realistas, que surgiram na França com o objetivo de superar o velho modelo romântico, desgastado em seu culto à emoção, ao subjetivismo e à tendência de privilegiar a fantasia criadora, no processo de criação artística.
O surgimento do Parnasianismo no Brasil está ligado ao processo de consolidação de nossa vida literária e de oficialização do papel do escritor, que se deu ao longo da segunda metade do século XIX.
O Parnasianismo no Brasil foi marcado pela publicação da obra “Fanfarras”, de Teófilo Dias, em 1882, embora tenha ganhado força com os nomes Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia. O Parnasianismo foi um movimento de estilo poético que marcou bastante a elite brasileira no final do século XIX. No começo do movimento, ele apresentava nítida influência francesa, valorizando a forma e o culto à arte sempre. Com o passar dos tempos, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses, pois muitos dos poemas apresentavam subjetividade e preferências voltadas ao que acontecia de fato no Brasil, algo que contrariava o “universalismo”, característica do Parnasianismo francês. Os temas universais que apareciam na França se opunham ao individualismo romântico que mostrava os aspectos pessoais, os desejos, sentimentos e aflições do autor.
Características do Parnasianismo
As características do movimento parnasiano são a preferência pelas formas fixas regulares, como, por exemplo, o soneto, com esquemas métricos, rítmicos e rímicos sofisticados e tradicionalistas.
O purismo e o preciosismo vocabular e linguístico constituem elementos importantes desse tradicionalismo, aos quais se acrescentam o predomínio de termos eruditos, raros, visando à máxima precisão, e de construções sintáticas e poéticas refinadas.
Outro traço marcante desse movimento estético é a tendência descritiva, buscando o máximo de objetividade na elaboração do poema e assim separando o sujeito criador do objeto.
Enfim, o destaque ao erotismo e à sensualidade feminina, as sistemáticas referências à mitologia greco-latina, a forte presença do esteticismo e da depuração formal concretizam, a cada obra, o ideal da “arte pela arte”.
■ Preocupação formal.
■ Comparação da poesia com as artes plásticas, principalmente com a escultura.
■ Referências a elementos da mitologia grega e latina.
■ Preferência por temas descritivos (cenas históricas, paisagens).
■ Enfoque sensual da mulher (davam ênfase na descrição de suas características físicas).
■ Habilidade na criação dos versos.
■ Vocabulário culto.
■ Objetivismo.
■ Universalismo.
■ Apego à tradição clássica.
■ Arte pela arte.
Principais autores do Parnasianismo Brasileiro e suas obras
■ Alberto de Oliveira: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).
■ Olavo Bilac: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, Crônicas (1916), Tarde (1919).
■ Raimundo Correia: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898).
Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formaram a chamada “Tríade Parnasiana”. Além deles, devemos citar Vicente de Carvalho, que ficou conhecido como o “poeta do mar”, e Francisca Júlia, considerada a voz poética parnasiana mais próxima da impassibilidade pretendida pelos defensores do estilo.
Para saber mais acesse os links abaixo:
https://www.estudopratico.com.br/parnasianismo-no-brasil-obras-e-caracteristicas/
SIMBOLISMO
Introdução
O precursor do Simbolismo é o francês Charles Baudelaire, com a publicação de “As Flores do Mal”, em 1857. O Simbolismo surgiu em meio à divisão social entre as classes burguesa e proletária, as quais surgiram com o avanço tecnológico advindo da Revolução Industrial.
Movimento essencialmente poético do fim do século XIX, o Simbolismo representa uma ruptura artística radical com a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente retomar o primado das dimensões não-racionais da existência.
Para tanto, o Simbolismo redescobre e redimensiona a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a espiritualidade; busca desvendar o subconsciente e o inconsciente nas relações misteriosas e transcendentes do sujeito humano consigo próprio e com o mundo.
Numa visão mais ampla, tanto no campo da filosofia e das ciências da natureza quanto no campo das ciências humanas, a desconstrução das teorias racionalistas faz-se notar, seja por meio da física relativista de Einstein, da psicologia do inconsciente de Freud ou das tórias filosóficas de Schopenhauer e de Friedrich Nietzsche.
Assim, o surgimento do Simbolismo por um lado reflete a grande crise dos valores racionalistas da civilização burguesa, no contexto da virada do século XIX para o século XX, e por outro inicia a criação de novas propostas estéticas precursoras da arte da modernidade.
Simbolismo no Brasil
O Simbolismo é a estética literária do final do século XIX em oposição ao Realismo e teve início no Brasil em 1893, com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, obras de autoria de Cruz e Sousa. Teve seu fim com a Semana de Arte Moderna, que foi o marco do início do Modernismo.
Podemos diferenciar a estética poética simbólica da parnasiana, bem como da realista, no quesito de temas abordados: negação do materialismo, cientificismo e racionalismo do período do Realismo, busca ao interior do homem, da sua essência, uso de sinestesias, aliterações, musicalidade, além das dicotomias alma e corpo, matéria e espírito.
Esse fenômeno não é difícil de entender: o caráter universalizante e ao mesmo tempo intimista desta poesia parecia não corresponder às questões nacionais que desde a Primeira República vinham se refletindo nas tendências racionalistas dessas outras duas escolas. Assim, no Brasil, o grupo dos escritores simbolistas marcou sua oposição ao regime escravocrata do Império; num segundo momento, porém, voltou a centrar seu foco quase exclusivamente nas questões estéticas.
Por outro lado, entretanto, pelas mesmas características mencionadas, as manifestações simbolistas no Brasil, especialmente no Sul, terra de Cruz e Sousa, possuem uma aura de "seita", com verdadeiras sociedades secretas cujos ritos, jargões e nomes sugerem os traços essenciais do movimento (por exemplo: "Romeiros da Estrada de São Tiago", "Magnificentes da palavra de escrita" etc).
Movimento de cunho idealista, o Simbolismo teve que enfrentar no Brasil a atmosfera de oposição e hostilidade criada pelo Zeitgeist realista e positivista dominante desde 1870. O prestígio do parnasianismo não deixou margem para que se reconhecesse o movimento simbolista e avaliasse o seu valor e alcance, tão importantes que a sua repercussão e influência remotas são notórias em relação à literatura modernista. O Simbolismo foi abafado pela ideologia dominante e os adeptos do Simbolismo sofreram sob forte oposição.
Principais características
Subjetivismo
Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e individual do que pela visão mais geral. A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse, e, sim, está focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo.
Musicalidade
A musicalidade é uma das características mais destacadas da estética Simbolista.
Transcendentalismo
Um dos princípios básicos dos simbolistas era sugerir através das palavras sem nomear objetivamente os elementos da realidade.
A “obsessão pelo branco” (outra característica do Simbolismo) como podemos observar no poema de Cruz e Sousa:
"Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras..." [...]
Dado esse poema de Cruz e Sousa, percebe-se claramente uma obsessão pelo branco, sendo relatado com grande constância no Simbolismo.
Principais autores e obras do Simbolismo
■ Cruz e Sousa
Tornou-se conhecido como o “Cisne Negro” de nosso Simbolismo, seu “arcanjo rebelde”, “esteta sofredor” e “divino mestre”, que procurou na arte a transfiguração da dor do existir e de ser excluído, provocada, sobretudo pelas discriminações sociais por ser negro e filho de escravos.
Principais obras:
● Missal (prosa);
● Broquéis (poesia);
● Tropos e fantasias;
● Faróis;
● Últimos sonetos;
● Canção negra (autobiografia).
Principais características:
● No plano temático: a morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério, o sagrado, o conflito entre matéria e espírito, a angústia e a sublimação sexual, a escravidão e uma verdadeira obsessão por brilhos e pela cor branca;
● No plano formal: as sinestesias, as imagens surpreendentes, a sonoridade das palavras, a predominância de substantivos e o emprego de maiúsculas, utilizadas com a finalidade de dar um valor absoluto a certos termos.
■ Alphonsus de Guimaraens
É um poeta requintado, cuja produção, em grande parte, foi marcada pela morte prematura da amada – Constância (filha do escritor romântico Bernardo de Guimarães) -, musa inspiradora de um lirismo com traços religiosos e caracterizados por uma musicalidade de feição erudita.
Principais obras:
● Setenário das dores de Nossa Senhora (1899)
● Dona Mística (1899)
● Kyriale (1902)
● Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923), entre outros.
Sua poesia desenvolve-se em torno de um misticismo marcado pela morte, que surge como uma inevitabilidade, e é praticamente transformada em objeto de adoração. Formalmente, o autor revela influências árcades e renascentistas, sem cair no formalismo parnasiano. O poeta chegou a explorar a redondilha maior, de longa tradição popular, medieval e romântica, sua obra é rica em recursos como aliterações e sinestesias.
Para saber mais acesse os links abaixo:
SUJEITO E PREDICADO
Sujeito:
■ é o termo da oração que funciona como suporte de uma afirmação feita através do predicado.
■ é o ser de quem se informa algo.
Exemplo:
A pequena criança |
me contou a novidade com alegria no olhar. |
Sujeito |
Predicado |
Posição do Sujeito na Oração
Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:
Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.
Por Exemplo:
As crianças |
brincavam despreocupadas. |
Sujeito |
Predicado |
Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.
Brincavam despreocupadas |
as crianças. |
Predicado |
Sujeito |
Sujeito no Meio do Predicado:
Despreocupadas, |
as crianças |
brincavam. |
Predicado |
Sujeito |
Predicado |
Tipos de Sujeito:
● Sujeito determinado: quando se reconhece a existência do sujeito e o identifica na oração.
Ex.: “A Lua de Londres roubou meu noivo”.
O sujeito determinado pode ser subclassificado em:
Sujeito determinado simples: há apenas um núcleo.
Ex.: A manhã levantou-se nublada.
Sujeito determinado composto: há mais de um núcleo.
Ex.: Pedro e Paulo foram ao mercado.
● Sujeito indeterminado: quando existe um elemento ao qual o predicado se refere, mas não é possível (ou não se quer) identificá-lo.
Ex: ( ? ) Falavam sobre você na reunião.
sujeito predicado
● Sujeito inexistente: quando a informação transmitida pelo predicado não se refere a sujeito algum, temos a oração sem sujeito, essa ocorre com verbos impessoais.
Ex: Choveu durante todo o dia.
Os verbos impessoais mais comuns são:
● haver: no sentido de existir, acontecer e quando indicam tempo passado.
Ex.: Houve poucos acidentes durante o terremoto.
● fazer: quando indicam tempo passado ou fenômeno da natureza.
Ex.: Faz dez dias que não te vejo.
● ser: quando indicam tempo e distância.
Ex.: É dia.
● todos os verbos que indicam fenômenos da natureza (chover, ventar, anoitecer, amanhecer, relampejar, trovejar, nevar etc.)
Ex.: Trovejou durante a madrugada.
Nevou durante todo o dia.
Predicado:
■ termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito.
■ é a informação propriamente dita projetada sobre o sujeito.
Exemplo:
As praias |
estão cada vez mais poluídas. |
Predicado |
|
Durante o ano, |
muitos alunos |
desistem do curso. |
Predicado |
Predicado |
Para saber mais acesse os links abaixo:
https://www.brasilescola.com/gramatica/sujeito-e-predicado.htm
https://www.mundoeducacao.com/gramatica/sujeito-predicado.htm
APOSTO E VOCATIVO
APOSTO: termo que explica, esclarece, resume ou especifica o sentido do nome; aparece geralmente separado por vírgulas ou depois de dois pontos.
Exemplos:
1- Joana, filha de D. Maria, comprou uma casa de praia..
A expressão em destaque identifica/explica quem é Joana. Ela é filha de D. Maria. Portanto, “filha de D. Maria” é um aposto.
2- Tenho três coisas para fazer: varrer a casa, limpar o pó e fazer almoço.
O aposto neste exemplo está enumerando tudo que a pessoa irá fazer. Aqui o aposto tem valor enumerativo.
Vocativo: termo que se emprega para chamar diretamente o interlocutor por meio de seu nome,apelido, característica, profissão etc.
Exemplos:
Não fale tão alto, Rita!
Vocativo
A vida, minha amada, é feita de escolhas.
Vocativo
Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.
Por Exemplo:
Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.
Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Eh! Gente, temos que estudar mais.
Para saber mais acesse os links abaixo:
https://www.infoescola.com/portugues/aposto/
ATIVIDADES
■ Aluno(a), para realizar as atividades, você deverá ler todo o conteúdo do roteiro, pesquisar os links e assistir aos vídeos. Em seu caderno, copie as perguntas e responda-as. A seguir, leve-as até a sala de Português para que seja feita a correção pelo professor.
1- Assinale a alternativa correta:
(A) A Poesia Parnasiana é marcada pelo sentimentalismo.
(B) O grande tema da Poesia Parnasiana é a liberdade.
(C) No Parnasianismo a inspiração é mais importante que a técnica.
(D) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal.
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(A) No Brasil, o Simbolismo começa em 1893 com a publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Sousa.
(B) Olavo Bilac, um dos poetas mais festejados do período, escreveu o poema formal Profissão de fé.
(C) O autor mais representativo desse movimento – Cruz e Sousa – também é chamado de Cisne Negro.
(D) Alphonsus de Guimarães é o autor de Dona Mística.
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3 - Leia com atenção o fragmento abaixo e assinale a que movimento literário ele pertence.
“O objetivo da “arte pela arte” é o Belo, a criação da beleza pelo uso perfeito dos recursos artísticos; nesse sentido, levaram ao exagero o culto do ritmo, da rima e do vocabulário”.
(A) Romantismo.
(B) Simbolismo.
(C) Parnasianismo.
(D) Realismo.
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(A) ( ) A teoria da “arte pela arte” ressalta o belo e o refinamento através da autonomia da arte alheia à realidade.
(B) ( ) Movimento essencialmente poético do fim do século XIX, representa uma ruptura artística radical com a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo.
(C) ( ) Cruz e Sousa tornou-se conhecido como o “Cisne Negro” desse movimento.
(D) ( ) Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formaram a chamada “Tríade”.
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5 - Complete as frases com os sujeitos abaixo:
o tato – o futebol – o celular – o texto – o rapaz e a moça
(A) _________ é um meio de comunicação.
(B) _________ é um dos esportes que os meninos mais gostam de praticar.
(C) _________ que você escreveu foi excelente.
(D) _________ pode ajudar o cego a ler.
(E) _________ estavam namorando.
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6 – Observe os termos em destaque nas frases e coloque (A) para aposto e (V) para vocativo.
(A) ( ) Aonde vai, meu mestre, a estas horas?
(B) ( ) Cleópatra, a rainha do Egito , era excêntrica.
(C) ( ) Carlinhos, você é ainda um menino.
(D) ( ) O comandante Paulo embarcou para a Europa.
(E) ( ) Deseja alguma coisa, senhor?
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