Roteiro de estudo - Unidade 8

Nessa unidade você irá estudar:

• Segunda Geração Modernista Brasileira: Poesia

• Segunda Geração Modernista Brasileira: Prosa

A Terceira Geração Modernista Brasileira: Características

• Concordância Verbal

 

A Segunda Geração Modernista Brasileira: Poesia

Um pouco de história

Nessa fase a literatura quase sempre privilegia o romance quando quer retratar a realidade, analisando ou denunciando-a.

Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva.

Não sendo uma sucessão brusca, as poesias das gerações de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto à de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade.

A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores, consideravam-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, Orígenes Lessa e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais. O humor quase piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de Mário “Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917).”

A consciência crítica estava presente, e mais do que tudo, os escritores da segunda geração consolidaram em suas obras questões sociais bastante graves: a desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras – todos os problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado pitorescos das várias regiões retratadas.

A poesia da 2ª fase modernista percorreu um caminho de amadurecimento.

Principais poetas desta fase: Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Augusto F. Schmidt, Henriqueta Lisboa, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Dante Milano, Mário Quintana, Joaquim Cardozo entre outros. Alguns poetas da época anterior se renovaram como é o caso de Mário de Andrade e Manuel Bandeira.

 

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https://newltembergletras.no.comunidades.net/index.php?pagina=1508725140_11

 

 

 

Segunda Geração Modernista Brasileira: Prosa

A prosa de 1930 é chamada de Neorrealismo pela retomada de alguns aspectos do Realismo-Naturalismo, contudo, com características particulares preservadas.

A segunda fase modernista do Brasil em prosa se caracteriza pelo regionalismo, ou seja, a relação do homem com o meio em que vive. Havia uma busca do homem brasileiro nas várias regiões, por isso, o regionalismo ganhou importância, com destaque às relações da personagem com o meio natural e social (seca, migração, problemas do trabalhador rural, miséria, ignorância).

Esse regionalismo já estava presente na época do romantismo, só que agora com uma nova feição, principalmente pelo seu contexto histórico e pelas características dos autores desse momento. A obra que marca o início do romance regionalista no modernismo é o livro A Bagaceira de José Américo de Almeida, publicado em 1928. Seu valor literário se deve mais pelo aspecto histórico (secas – imigrações) do que pelo seu valor estético.

 

Além do regionalismo, destacaram-se também outras temáticas como o romance urbano e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista.

Refletindo as preocupações sociais e políticas que agitavam o Brasil na época, desenvolveu-se um tipo de ficção que encaminhou para o documentário social e romance político.

Principais autores dessa fase: Raquel de Queirós, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, José Lins do Rego e Jorge Amado.

Basicamente esses autores se dedicaram ao regionalismo do nordeste do país, falando da seca, do cangaço, das dificuldades e misérias enfrentadas pelo povo dessas regiões (norte e nordeste). A produção literária dessa fase pode ser dividida em três tipos de prosa:

• Regionalista: tendência originada no Romantismo e adotada pelos naturalistas e pré-modernistas, na qual o tema é o regionalismo do nordeste, a miséria, a seca e o descaso dos políticos com esse estado. Essa propensão tem início com o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928. Os principais autores regionalistas são: José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos.

• Urbana: tendência na qual a temática é a vida das grandes cidades, o homem da cidade e os problemas sociais, o homem e a sociedade, o homem e o meio em que vive. O principal autor é Érico Veríssimo, no início de sua carreira.

• Intimista: tendência influenciada pela teoria psicanalítica de Freud e de outras correntes da psicologia. Tem como tema o mundo interior. É também chamada de prosa “de sondagem psicológica”. Os principais autores são: Lúcio Cardoso, Clarice Lispector, Cornélio Pena, Otávio de Faria e Dionélio Machado.

 

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https://elaineruizcederj.blogspot.com.br/2011/01/segunda-fase-do-modernismo-1930-1945.html

A Terceira Geração Modernista Brasileira - Características

Do ponto de vista literário, essa geração representa um retrocesso em relação às conquistas de 22: ela propõe uma volta ao passado, com a revalorização da rima, da métrica, do vocabulário erudito e das referências mitológicas.

A terceira fase do modernismo ficou conhecida pela expressão “geração 45”, e nela cabe distinguir os rumos da prosa e da poesia. No campo da prosa, deu-se propriamente continuidade e aprofundamento das propostas do “romance de 30”, não só em sua virtude regionalismo, mas também na linha urbana e na linha introspectiva, psicológica, acentuando-se, porém, a preocupação técnico-formal. No primeiro caso, o melhor exemplo é João Guimarães Rosa, que inicia com seu livro de contos Sagarana (1946), assim como na linha intimista se destaca Clarice Lispector, estreando com o romance Perto do Coração Selvagem (1994).Na poesia, essa geração também foi chamada de neo-modernista e até pós-modernista.

A geração de 45 é, nesse sentido, passadista, acadêmica, inexpressiva em termos de grandes autores e grandes obras, mesmo abordando temas contemporâneos. Por outro lado, coube a ela introduzir, muito positivamente, uma nova cultura internacional nas letras brasileiras. Autores como Rainer Maria Rilke, Ezra Pound, T.S. Eliot, Fernado Pessoa, Paul Valéry, Frederico Garcia  Lorca influenciaram significativamente.

Domingos Carvalho da Silva, Alphonsus de Guimarães Filho, Péricles Eugênio da Silva Ramos e Ledo Ivo constituem alguns dos principais representantes da geração de 45.

Em contraposição a essa produção literária “passadista”, três grandes escritores se sobressaem: João Guimarães Rosa e Clarice Lispector, na prosa, e João Cabral de Melo Neto, que chegou a pertencer à geração de 45, na poesia.

 

Características específicas:

* A poesia renova-se.

* Retrocesso em relação às conquistas de 1922.

* Volta ao passado: revalorização da rima, da métrica, do vocabulário erudito e das referências mitológicas.

* Passadismo, academicismo.
* Na prosa temos o romance e o conto em grande desenvolvimento.
* Estilo mais objetivo e maior densidade.
* Pesquisas e inovações linguísticas.
* Complexidade psicológica.
* Tensões entre o indivíduo e a sociedade.
* Realismo fantástico.
* Regionalismo universal.

 

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https://www.slideshare.net/eeadolpho/terceira-fase-do-modernismo-no-brasil-13026503

 

 

Morte e vida Severina

Morte e Vida Severina é um livro do escritor brasileiro, João Cabral de Melo Neto escrito entre 1954 e 1955 e publicado em 1955.

O nome do livro é uma alusão ao sofrimento enfrentado pela personagem.

O livro apresenta um poema dramático, que relata a dura trajetória de um migrante nordestino em busca de uma vida mais fácil e favorável no litoral.

Resumo

Em forma de poema, a peça apresenta a história de um dos tantos Severinos de Maria, filhos de Zacarias, que saíam da Paraíba, para fugir da velhice, que mata os jovens aos trinta anos, da seca e da fome.

Este Severino, parte das terras, à beira da serra e segue o caminho para o Recife, no caminho, encontra-se com dois homens que levam um defunto. Esse havia morrido de “morte matada”, em uma emboscada, por uma bala que estava perdida no vento. Tinha uma pequena terra onde plantava. Severino, então, ajuda a levar o defunto ao cemitério que cruzava seu caminho e assim seguiu ele com um dos homens e o falecido. Quem guiava o caminho de Severino, era o Rio Capibaribe, mas ele havia sido cortado pelo verão. Ele encontra, em uma cidade, um homem sendo velado. Mais tarde, resolve parar no local onde está e interromper sua jornada e tenta ali encontrar um trabalho, mas na cidade o que ele sabe fazer, plantar e pastorear, não tem serventia, pois o único negócio da cidade é a morte.

 Severino segue na sua migração e chega à Zona da Mata, uma terra macia, diferente da que ele conhecia. Ali, ele acredita que a vida não é vivida junto com a morte e que nessa terra o cemitério praticamente não funciona. Ele acaba por ouvir a conversa de amigos de um morto recém-enterrado e resolve seguir mais rápido para chegar logo ao Recife.
Ele não esperava muita coisa do destino, apenas seguia para escapar da velhice que chegava mais cedo na sua terra. Não tinha grandes ambições. Finalmente, Severino chega ao Recife, quando para pra descansar ao lado de um muro, ouve a conversa de dois coveiros. Cada um fala sobre a área do cemitério em que trabalha e como ali há muitos mortos e assim, muito serviço, e como nas outras áreas há menos enterros e ainda se ganha gorjeta.

Os dois ainda falam sobre as pessoas que migram do sertão e que só tendo o mar pela frente se instalam, vivem na lama e comem siri; e depois que morrem, são enterrados no seco. Antes fossem jogados nos rios, seria mais barato e acabaria no mar sem mais problemas.
Severino se surpreende, vê que migrara seguindo o seu enterro, mas já que não viajou esperando grandes coisas, segue o rio que, segundo os coveiros, faria um enterro melhor. Anda e se encontra com um morador da beira do rio. Ficam ali falando sobre o rio, sobre a fome e sobre a vida. Até que, José, o morador, é chamado, seu filho nascera. Severino fica de fora sem tomar parte em nada, os vizinhos chegam, cumprimentam os pais, dão presentes que sua pobreza permite, falam sobre o menino e ainda duas ciganas falam sobre o futuro dele. Por fim, o recém-pai fala a Severino que a pergunta dele sobre a vida ele não sabe responder mas que apenas deve-se viver a vida.

 

Para saber mais sobre o assunto clique nos links abaixo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_e_Vida_Severina

 

Atividades
 

► Aluno(a), para realizar as atividades, você deverá ler todo o conteúdo do roteiro, pesquisar os links e assistir aos vídeos. Em seu caderno, copie as perguntas e responda-as. A seguir, leve-as até à sala de Português para que seja feita a correção pelo professor.

 

1 - Cite três autores da “Segunda Geração Modernista Brasileira”: Poesia.

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2 – Escreva as características da “Segunda Geração Modernista Brasileira”: Prosa.

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3 – Após ler “A Segunda Geração Modernista Brasileira”, relate com suas palavras quais os problemas que o romance regionalista nordestino focou.

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4 – Sobre a “Terceira Geração Modernista Brasileira”, coloque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

a) (   ) Representa um retrocesso em relação às conquistas de 1922.

b) (   ) Em contraposição a essa produção literária “passadista”, três grandes escritores se sobressaem: João Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, na prosa, e Clarice Lispector, na poesia.

c) (   ) Ficou conhecida pela expressão “geração 45”.

d) (   ) Influenciou-se pelas vanguardas artísticas europeias.

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5 – Nas frases a seguir, efetue a concordância, escolhendo a forma verbal adequada:

 

a-    A maioria dos políticos ___________ contra o projeto. (votou / votaram)

b-    Pai e filho __________________ longamente. (conversavam / conversou)

c-    Uma multidão de torcedores ___________. (gritava / gritavam)

d-    Um enxame __________ no telhado. (pousou / pousaram)

e-    Um enxame de abelhas africanas ___________no telhado. (pousou  / pousaram)

f-     ________ dez anos que ela foi para casa dos pais. (fazem / faz)
g-    ____________ muitos trabalhadores na greve. (havia / haviam)

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Atenção, alunos! 

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